Quando
o mundo branco se põe a fazer elogios desmedidos a respeito do trabalho ou da
personalidade de um negro, sempre me preparo para o pior. Por favor, não me
venham falar em baixa estima, que estou na defensiva e tudo mais. O furo aqui é
bem mais embaixo. Segundo Friedrich Nietzsche “o comentário demasiadamente
elogioso produz mais indiscrições que a censura”. As louvações, neste caso, têm
fundo culposo; se efetivam sem que
possamos lhes prever as conseqüências. Desvelam a imprudente face do
preconceito. Para compensar toda uma série de episódios aniquiladores do ânimo
de muitas personalidades negras fundamentais para a nossa cultura, o senso
comum carrega nas tintas da apologia purgativa sobre aqueles que parecem ter
vivido vidas que poderiam ter sido, mas que não foram. Parodiando o adágio
relativo à vingança, pode-se dizer que tal espécie de elogio é um prato que se
oferece frio ao seu maior interessado. Por essa razão, Cruz e Sousa é o Dante
negro; Leônidas da Silva, o Diamante Negro, Elizeth é a Divina, e assim por
diante.
Ivy G. Wilson Ayo A. Coly Introduction Callaloo Volume 30, Number 2, Spring 2007 Special Issue: Callaloo and the Cultures and Letters of the Black Diaspora.To employ the term diaspora in black cultural studies now is equal parts imperative and elusive. In the wake of recent forceful critiques of nationalism, the diaspora has increasingly come to be understood as a concept—indeed, almost a discourse formation unto itself—that allows for, if not mandates, modes of analysis that are comparative, transnational, global in their perspective. And Callaloo, as a journal of African Diaspora arts and letters, might justly be understood to have a particular relationship to this mandate. For this special issue, we have tried to assemble pieces where the phrase diaspora can find little refuge as a self-reflexive term—a maneuver that seeks to destabilize the facile prefigurations of the word in our current critical vocabulary, where its invocation has too often become idiomatic. More critically, we
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