o espaço cenográfico da livorno de visconti (são petersburgo para dostoiévski), pontes, canais, prédios carcomidos, ruínas onde brincam infantes maltrapilhos, ruas de passeio, boates, etc, tudo isso que indica a exterioridade, o lugar, se desenha a partir de um efeito de metonimização e de exigüidade; estamos rente à gramática do espaço dramático; um drama romântico é encenado num palco cheio de camadas e dobras, profundezas contíguas (os casais dançando na cena da boate, entre cômica e carnal: uma superposição de rostos colados que surgem e desaparecem na sombra feita de uma luminosidade leitosa), rasgos por onde vislumbramos outros corpos cujas existências se movimentam em contra-plano; os espaços da vida fora dos aposentos é estreito, principalmente se os compararmos aos da casa de natália, aí parece haver mais amplitude. a personagem de mastroianni vive numa pensão apertada, parece não ter intimidade, a senhoria entra no quarto sem bater. penso nessas coisas; natália alimenta um sonho generoso, mesmo em sua melancolia algo infantil vê uma perspectiva; talvez por este motivo os interiores de sua moradia (metáfora da intimidade emocional) sejam maiores do que os da personagem interpretada por mastroianni; também ao contrário de natália, ele não tem uma história para contar (não tem palavras para escrever uma carta); na boate ele tenta juntar os cacos de coisas da sua infância, mas a música, os casais dançando, o impedem de prosseguir na narrativa insolvente; penso nessas imagens que falam lateralmente; há pouco tempo comprei o livro de fiódor dostoiévski, e ele começa assim: “Era uma noite maravilhosa, uma noite tal como só é possível quando somos jovens, caro leitor”. esse início é machadiano. também vou gostar de ler.
Ivy G. Wilson Ayo A. Coly Introduction Callaloo Volume 30, Number 2, Spring 2007 Special Issue: Callaloo and the Cultures and Letters of the Black Diaspora.To employ the term diaspora in black cultural studies now is equal parts imperative and elusive. In the wake of recent forceful critiques of nationalism, the diaspora has increasingly come to be understood as a concept—indeed, almost a discourse formation unto itself—that allows for, if not mandates, modes of analysis that are comparative, transnational, global in their perspective. And Callaloo, as a journal of African Diaspora arts and letters, might justly be understood to have a particular relationship to this mandate. For this special issue, we have tried to assemble pieces where the phrase diaspora can find little refuge as a self-reflexive term—a maneuver that seeks to destabilize the facile prefigurations of the word in our current critical vocabulary, where its invocation has too often become idiomatic. More critically, we
Comments